Mais que uma precoce autobiografia,
Amor e medo foi um registro do desencanto
e desalento da geração que vivia durante
a ditadura militar iniciada em 1964.
Mesmo não sendo ativista, quem trabalhava
com arte, teatro, cinema estava num dos
vórtices da resistência ao regime.
Em 1970, José Rubens Siqueira deixou o Brasil para viver na Europa, sobretudo em Londres e Madri.
Este filme, que originalmente se chamava A passagem das horas, como o poema de Fernando Pessoa, ficou inconcluso, como uma espécie de despedida da primeira juventude e do país que parecia morrer sob o tacão do arbítrio.
Foi concluído na volta ao Brasil em 1974, quando
o filme recebeu seu título definitivo, de um ensaio
de Mário de Andrade, Amor e medo.
A linguagem experimental não fez dele um filme popular, mas, em 1976, repartiu um prêmio de experimentação cinematográfica com As três
mortes de Solano, do mestre Roberto Santos,
o que constitui uma honra.
Todas as cópias do filme se perderam.
Argumento, roteiro e direção
José Rubens Siqueira
Fotografia
Leonardo Bartucci
Montagem
Frieda Dourian
Com
José Wilker
Irene Stefânia
Marialice Vergueiro
Carlos de Moura
Rogério de Poly
Hugo Prata Filho
Gabriela Rabelo
e outros
Produção Batukfilm
Rio de Janeiro – RJ